Adriana Calcanhotto não perde o Munda de vista
A cantautora está de regresso à Universidade de Coimbra para participar numa Residência Artística.
“Não existe rima para ti, Coimbra/ Nem achei palavra para explicar-te/ Não existe rima para ti, Coimbra/ Nem achei palavra para decifrar-te”. As rimas são de Adriana Calcanhotto. O nome da canção é “Corre o Munda”. A pergunta que se impõe: Quem é o Munda?
Recém chegada a Coimbra, há 10 anos, a cantautora fez um passeio guiado pelo professor José Augusto Bernardes, onde viu, “por uma janelinha da Biblioteca Joanina, uma metáfora da transmissão do conhecimento pela ida do Mondego”, chamado de Munda pelos Romanos. “Talvez porque eu seja descendente de Romanos, eu acho muito poético, muito sonoro Munda. E aí fiz a canção chamada “Corre o Munda”.”
De regresso à Universidade de Coimbra (UC), Adriana Calcanhotto vai participar na Residência Artística com o mesmo nome da canção entre 14 e 21 de maio.
A 14 de maio estão programadas duas sessões na Faculdade de Letras da UC (FLUC), “Minha Música” e “Meus Livros e Nada Mais”. Já a 19 de maio, Adriana Calcanhotto fala sobre “Fazer Canção”, também na FLUC.
O workshop “Dona Iaiá - como nasce a criatividade”, decorre a 21 de maio na Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC e aborda a composição no universo da inteligência artificial.
Sobre este último tópico, a também embaixadora da UC, explica que vê a “inteligência artificial como uma ferramenta, portanto nem boa nem má em si, dependendo do uso que se vai fazer dela”, acrescentando que considera importante “discussões que essas chegadas das tecnologias promovem”.
Adriana Calcanhotto celebra 10 anos “desse encontro com a Universidade de Coimbra, com a FLUC”, facto que “norteia o encontro, as aulas”, que gosta de chamar de conversas.
A cantautora vai também participar no encerramento do ano letivo da FLUC, no dia 15 de maio, numa sessão que conta com a presença de João Gabriel Silva, Reitor emérito da UC.
Embaixadora da Universidade de Coimbra desde 2015, Adriana Calcanhotto foi professora convidada da Faculdade de Letras, em 2017. Ao longo da sua carreira musical, a artista lançou mais de uma dezena de discos e correu o mundo com concertos, performances e intervenções poéticas.