"Honrar a memória" em defesa da língua portuguesa
A Universidade de Coimbra celebrou o Dia Mundial da Língua Portuguesa a 5 de maio, com um tributo ao antigo Secretário-Geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, Vítor Ramalho.
A Universidade de Coimbra (UC), “como alma mater das universidades de língua portuguesa”, celebrou o Dia Mundial da Língua Portuguesa na Casa da Lusofonia. A abertura da cerimónia esteve a cargo do Vice-Reitor da UC para as Relações Externas e Alumni, João Nuno Calvão da Silva, que apontou para o português como “um instrumento de comunicação que não podemos prescindir”.
A UC deve manter o português como “língua mãe de ensino nas nossas faculdades, numa aposta estratégica que honra a nossa memória”, defende o Vice-Reitor da UC. A língua portuguesa tem também uma “dimensão integradora da diversidade dos nossos mais de 5 mil estudantes estrangeiros, a maior parte oriunda do Brasil e dos países lusófonos”. Este aspeto une os falantes de português numa “comunidade de valores comuns, não é por acaso que dizemos que somos povos irmãos”, reforça João Nuno Calvão da Silva.
O evento foi mote para um tributo a Vítor Ramalho, antigo Secretário-Geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa. Para o Vice-Reitor da UC, Vítor Ramalho é “um homem missionário, dotado de uma visão política rara”. “Lutou sempre pela língua portuguesa e, dessa forma, pela cooperação entre os estados que falavam português e pelo reforço de valores comuns, é por isso um homem de batalha pela paz”, conclui João Nuno Calvão da Silva.
Vítor Ramalho agradeceu o tributo, mas sublinhou que “a verdadeira homenagem é à língua portuguesa”. Com uma carreira dedicada à defesa da língua de Camões, Vítor Ramalho salienta que entre “as 7 mil e quinhentas línguas existentes em todo o mundo, o português ocupa um lugar cimeiro, quer na conversação, quer nas redes sociais”. O grande número de falantes é “uma força enormíssima porque a língua é também um instrumento económico”.
No final da sessão, o Reitor da UC, Amílcar Falcão, dirigiu palavras de apreço a Vítor Ramalho, “figura muito emblemática daquilo que é o Portugal democrático e a luta pela liberdade”. Um tributo "mais que merecido e sentido" a quem representa a língua portuguesa “enquanto veículo de promoção de diplomacia, de cooperação, de amizade e de afetos”. Num dia em que se celebra a lusofonia, o Reitor da UC chamou a atenção para a importância de “manter viva a nossa identidade comum cultural e linguística, mas também olhar para a investigação, inovação e cooperação” entre os países da Comunidade dos Países de Lingua Portuguesa.
A sessão contou ainda com uma conferência da diretora em Portugal da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, Ciência e Cultura, Ana Paula Laborinho, sobre o tema “Que fazer por esta língua?”, com moderação do jornalista Eduardo Oliveira e Silva, do jornal i. A celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa terminou com um momento musical promovido pelos Académicos Timorenses de Coimbra.
