Dia da Faculdade de Medicina da UC celebra história e inovação
A sessão de comemoração do dia da FMUC teve lugar a 11 de dezembro.
A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) escolheu o dia 11 de dezembro para comemorar o dia da Faculdade, numa cerimónia que celebrou tanto o passado histórico quanto as perspetivas de futuro da instituição.
O diretor da FMUC, Carlos Robalo Cordeiro, destacou o simbolismo da data, ao recordar que “o ensino da medicina em Coimbra começou antes da própria Universidade, nos mosteiros, nomeadamente no Mosteiro de Santa Cruz, no século XII”. Apesar disso, explicou que a escolha de uma data oficial para o Dia da Faculdade é rotativa, sendo “uma oportunidade para homenagear os nossos alunos de medicina e medicina dentária que se distinguiram, bem como docentes e membros do corpo técnico que se aposentaram ou jubilaram”.
A cerimónia foi também marcada pela apresentação de iniciativas que apontam para o futuro, com um destaque especial para a criação de um laboratório de ciência de dados e inteligência artificial em saúde. “Estamos em processo de constituição deste laboratório, que terá ramificações dentro e fora da Universidade de Coimbra (UC), numa parceria estratégica com a IBM, que instalará um Hub em Coimbra, com foco na inteligência artificial e computação quântica”, anunciou o diretor.
Outro marco mencionado pelo diretor da FMUC foi a renovação do corpo docente e técnico, com “38 concursos realizados em dois anos”, bem como as reformas curriculares em andamento nos cursos de mestrado integrado em medicina e medicina dentária. “Estas reformas são uma necessidade para nos adaptarmos à modernidade, aos novos métodos de ensino e às novas formas de promover competências nos nossos alunos”, destacou.
Carlos Robalo Cordeiro aproveitou a ocasião para anunciar um novo projeto, que consiste na nomeação de espaços da faculdade em homenagem a figuras históricas relevantes. Este ano, o primeiro espaço foi dedicado a Domitila Carvalho, a primeira mulher licenciada em medicina pela Universidade de Coimbra em 1904. “É um reconhecimento simbólico, sobretudo num momento em que temos um predomínio do género feminino na nossa comunidade estudantil”, comentou o diretor.
Com os olhos postos no futuro, o diretor da FMUC revela que a Faculdade está "numa fase de desenvolvimento muito significativo do Centro Académico e Clínico de Coimbra em pareceria com a Universidade de Coimbra e com a ULS - Coimbra" e acrescente ainda que outro grande fator de motivação é a "possibilidade de instalação na UC de um Observatório de Saúde Global, com uma ligação partícular a Organização Mundial de Saúde".
O evento encerrou com uma nota de compromisso para o futuro, reafirmando o papel central da Faculdade de Medicina na investigação, no ensino e na inovação tecnológica. “Estamos focados no futuro, seja com a criação de um Observatório de Saúde Global em ligação à Organização Mundial de Saúde, seja com o desenvolvimento do nosso Centro Académico e Clínico de Coimbra, que continua a promover importantes iniciativas em parceria com a estrutura hospitalar e a UC”, concluiu Carlos Robalo Cordeiro.
O evento contou com a presença do Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, que sublinhou a importância da FMUC como um dos “pilares da UC”.
“Estamos aqui para festejar mais um aniversário, mas também para reforçar o nosso compromisso com o futuro da investigação, do ensino e dos nossos recursos humanos”, afirmou o Reitor. O responsável destacou ainda os esforços da reitoria na renovação e rejuvenescimento dos quadros da Universidade: “A reitoria tem vindo a fazer um esforço na Faculdade de Medicina, mas também nas restantes Unidades Orgânicas, no recrutamento, na promoção interna e no rejuvenescimento dos quadros da Universidade, olhando para o futuro”.
Durante o discurso, o Reitor da UC também abordou a situação do Sistema Nacional de Saúde, expressando uma “profunda preocupação” com o estado atual da saúde pública. “É impossível termos ensino universitário em condições sem ter um hospital universitário. A degradação do Sistema Nacional de Saúde e a destruição dos hospitais universitários ameaçam diretamente a qualidade do ensino e da investigação em saúde”, afirmou.