"Paisagens Acessíveis" cria novos olhares sobre a cidade

Estudantes do Departamento de Arquitetura constroem instalações em madeira que se diferenciam pelo seu sentido de utilidade.

AB
Ana Bartolomeu
KP
Karine Paniza
05 novembro, 2024≈ 2 mins de leitura

© UC l Ana Bartolomeu

Quem passa na Rua da Matemática não consegue ficar indiferente perante a estrutura em madeira, de cor vermelha, lá instalada. Aquele canto, onde costumam estar carros estacionados, tem agora uma instalação construída pelos alunos do Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (DARQ- FCTUC), que, numa espécie de banco corrido, devolve aos residentes e aos cidadãos que ali passam um espaço de convívio. É uma das quatro peças realizada no âmbito do workshop de autoconstrução em madeira "Paisagens Acessíveis".

"São peças site-specific, ou seja, foram pensadas pelos estudantes especificamente para aquele determinado local", explica a docente do DARQ- FCTUC, Susana Lobo. Foram propostos quatro pontos de intervenção no centro histórico da cidade, trabalhados por quatro equipas: a Rua da Matemática, o Jardim da Imprensa da Universidade, o Pátio do Castilho e o Largo do Romal.

Primeiro, os estudantes visitaram os espaços e "tiveram o cuidado de falar com as pessoas com as quais se foram cruzando e que costumam estar nesses locais". Depois, além de pensaram nas peças construtivamente, também refletiram na "função que cada uma delas iria ter naquele determinado espaço", conta Susana Lobo. Apenas uma das peças, a que tinha como destino o Pátio do Castilho, acabou por ficar instalada no DARQ.

O "Paisagens Acessíveis" expôs os estudantes a diferentes metodologias de aproximação à prática do projeto, entre as quais a de "pensar com as mãos", avança a presidente da associação "Há Baixa", Catarina Pires. "Pensar com as mãos e pensar com o corpo", acrescenta, "pensar a cidade estando nela e atuando nela". Depois de idealizados, os estudantes seguiram logo para a construção em maquete e, só depois, para o desenho em papel.Todas as instalações foram criadas para "fazerem sentido no espaço onde estão e para as pessoas se poderem apropriar delas."

A possibilidade de "valorizar o espaço público da cidade e devolvê-lo ao usufruto de toda a gente, torna os espaços mais vivos e empresta-lhes sentido estético", indo assim ao encontro do objetivo do workshop, o de "levar a arquitetura à baixa, num diálogo entre o DARQ e a cidade".

Coordenado por Susana Lobo e Catarina Pires, o "Paisagens Acessíveis" contou com a parceria de Acesso Cultura e envolveu estudantes de arquitetura e de design e multimédia. As instalações podem ainda ser vistos nos locais acima indicados e online.

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