SCUC 2025 - As Plantas na Poesia de Luís Vaz de Camões

A exposição, inserida nas Comemorações do V Centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões e na XXVII Semana Cultural da Universidade de Coimbra, conta com poemas do autor ilustrados com aguarelas provenientes do acervo da Sociedade Broteriana.

AB
Ana Bartolomeu
06 março, 2025≈ 3 mins de leitura

© UC l Ana Bartolomeu

Ao lado de cada aguarela lêem-se excertos d' Os Lusíadas. Em "As plantas na obra poética de Luís Vaz de Camões" cruzam-se dois trabalhos - as aguarelas de Ursula Beau e o mais recente projeto do botânico Jorge Paiva - que unem a botânica e a literatura.

Nos últimos meses, o professor aposentado do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), tem-se dedicado a identificar as plantas que Luís Vaz de Camões menciona na sua obra, em especial, n' Os Lusíadas. As "derivações" que o poeta usava para "dizer coisas sofisticadamente para que a Inquisição não entendesse" dificultaram a interpretação, mas Jorge Paiva considera-se "com sorte" por já ter estado em grande parte dos sítios por onde passou Camões, "senão não era capaz de identificar muitas das plantas". A análise à obra épica e lírica de Luís Vaz de Camões está na fase final e "traz muitas novidades", garante Jorge Paiva.

"A obra de Camões tem sido muito estudada, associamos geralmente os estudiosos desta obra a pessoas da área das humanidades, mas há de facto também esta ligação com as ciências naturais e, nomeadamente, com a botânica", considera a presidente da direção da Sociedade Broteriana, Maria Teresa Gonçalves. As aguarelas de Ursula Beau (1906-1984), natural da Alemanha, representam "espécies da flora autóctone portuguesa", trabalho que desenvolveu no período em que viveu em Portugal. A obra de Beau foi adquirida pela Sociedade Broteriana que desde logo colaborou com a ideia do professor Jorge Paiva e cedeu as aguarelas. "É uma exposição pequena, mas as aguarelas ilustram as espécies da flora portuguesa e dão um colorido" à investigação do professor Jorge Paiva, "que vai sempre descobrindo coisas novas e muito interessantes".

Além das plantas, a obra de Luís Vaz de Camões é rica em especiarias e, por isso, a exposição exibe também os principais condimentos que chegaram a Portugal na era dos Descobrimentos.

A inicitiva integra a programação da XXVII Semana Cultural da Universidade de Coimbra (SCUC) e as comemorações do V Centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões, e contou também com a colaboração do Centro de Ecologia Funcional, do Departamento de Ciências da Vida e do Centro de História da Sociedade e da Cultura.

"As Plantas na Poesia de Luís Vaz de Camões" está patente na Casa-Museu Elysio de Moura até 31 de março e pode ser visitada às segundas, quartas, quintas e sextas, das 14 às 17 horas, sendo necessária marcação prévia através do endereço cmelysiodemoura@gmail.com.

As Plantas na Poesia de Luís Vaz de Camões


  • Exposição
  • Casa-Museu Elysio de Moura

A exposição “As Plantas na Obra Poética de Luís Vaz de Camões” insere-se nas Comemorações do V Centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões. Diversos poemas do autor são ilustrados com aguarelas, provenientes do acervo da Sociedade Broteriana, com a autoria de Ursula Beau (1906-1984). Representam espécies da flora espontânea de Portugal, identificadas com o nome vulgar e o nome científico, que é mencionado no texto.

  • 5 a 31 de março
  • Sociedade Broteriana e Casa-Museu Elysio de Moura
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